sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Quem é você....







Como se dentro aqui,
Houvesse um animal,
E completamente irracional,
Mas de um raciocínio infernal,
Que busca seu espaço,
Que exige seu prazer,
Faz de tudo pra aparecer,
Quando feliz urra de alegria,
Late, bafeja e uiva suas conquistas,

Quando triste chora,
Rola, esperneia até que me toca,
Com raiva, ódio e ressentimento,
Exige-me algo a todo o momento,
Como se seu mundo fosse um drama,
Uma perfeita e maquiavélica trama,
Feita pra lhe fazer sofrer,

Quando desejoso,
Sua natureza se mostra peculiar,
Olhos esbugalhados e corpo pronto para atacar,
E ao mesmo tempo derrotado,
Antes mesmo de tentar,
Pois me implora ao pedir e a rastejar,
Estremece o corpo,
Suas vaidades e vontades tiram do sério,
Roubam a concentração,
Iludem e faço uso de minhas forças em vão,

Pois ainda me enganou como se fosse eu,
Pois ainda mentes,
Mas eficazmente que eu,


Mas eu,
Não sou você,
E você não sou eu,
E o eu deixou-se enganar,
Pois nasceu assim e aprendeu a comparar,
Para poder crescer,
Mas no caminho fez muito sofrer,
Para enfim de tudo desaprender,
E entender que você não tem mais nada a oferecer,
Eu não sou você!!!!


Martini.
25.09.13


terça-feira, 17 de setembro de 2013

O céu e o tempo







Como anjos que gracejam e brincam a minha volta,
Cantam sua glória,
E de tão magníficas apagam da minha memória,
Fazem-me esquecer que mundo criei,
Um vibro que ecoa de dentro para fora,
E reverbera pelas esferas,
Transcende todos os planetas,
Toca todas as plateias,
Lançam seus perfumes,
Que embriagam de felicidade e alegria,
Chego a extasiar quase chorar,
De tanta harmonia,
Por testemunhar tamanha beleza,
Por sentir este calor que nasce e brota,
Levando consigo qualquer resquício de tristeza,
Quando eu te presencio,
Quando deslumbro seu ser,
Assim livre sorrindo,
Simplesmente sendo o que é, 
E o que deve ser,



Aquele som agudo que produzes,
Me compele a viver,
Aguças a minha voz,
Que combina as suas,
Então musicamos eternamente viris,
Eu as protegendo e abrangendo,
Enquanto vocês magnificam e maravilham,
Toda criação,
Então a sensação ensurdece minhas fraquezas,
E sou capaz de carregar-lhes pela vida inteira,
Em meus braços,
Abraçando a terra e lhes declarando as estrelas,



Toda a vida neguei,
Fugia, pois temia,
Temia pois nestes mares nunca naveguei,
Eu nunca aprendera a navegar,
Não poderia ser o belo criador,
Se só aprendera a ser o horror,
Reclamando o pequeno castrador,
Mas minha alma sempre a buscar lhes,
Sempre ansiando tirar-lhes para dançar,
Cantar e assim penetrar o mundo,
Fundir-se com os seres e acalmar todas as criaturas,
Pois esta harmonia é capaz de tocar todos os corações,
Até dos seres mais brutos e horríveis do mundo,



O pai céu me prometera à virilidade,
Dera-me a certeza de toda felicidade,
A realização das mais brutas vontades,
Que com vocês eu teria toda eternidade...
Mas o senhor tempo,
Não me deixara escolhas,
A não ser olhar,
Ficar a desejar e a planejar,
Por vocês a maior felicidade alimentar,
E por fim desistindo a lamentar,
E ao mundo praguejar,
Fantasiando com meu mundo de mentira,
Esperar o céu me dar aquilo que havia me prometido,
Mas de tanto esperar o tempo foi cruel,
A foice me feriu,
E os sonhos ainda não realizados levou embora,
As moiras que pegaram e agora sou modelado,
De novo a rasgar-me em pedaços,
Chorando no poço sem fundo,
Pois é assim meu aprendizado,
Só assim a alma ingênua pode entender,
Que querer de mais fere as leis,
E de mim levará tudo aquilo que mais desejei,
Mesmo que eu nunca o tivesse para ser levado.




Martini
17.09.13