Como anjos que gracejam e brincam a minha volta,
Cantam sua glória,
E de tão magníficas apagam da minha memória,
Fazem-me esquecer que mundo criei,
Um vibro que ecoa de dentro para fora,
E reverbera pelas esferas,
Transcende todos os planetas,
Toca todas as plateias,
Lançam seus perfumes,
Que embriagam de felicidade e alegria,
Chego a extasiar quase chorar,
De tanta harmonia,
Por testemunhar tamanha beleza,
Por sentir este calor que nasce e brota,
Levando consigo qualquer resquício de tristeza,
Quando eu te presencio,
Quando deslumbro seu ser,
Assim livre sorrindo,
Simplesmente sendo o que é,
E o que deve ser,
Aquele som agudo que produzes,
Me compele a viver,
Aguças a minha voz,
Que combina as suas,
Então musicamos eternamente viris,
Eu as protegendo e abrangendo,
Enquanto vocês magnificam e maravilham,
Toda criação,
Então a sensação ensurdece minhas fraquezas,
E sou capaz de carregar-lhes pela vida inteira,
Em meus braços,
Abraçando a terra e lhes declarando as estrelas,
Toda a vida neguei,
Fugia, pois temia,
Temia pois nestes mares nunca naveguei,
Eu nunca aprendera a navegar,
Não poderia ser o belo criador,
Se só aprendera a ser o horror,
Reclamando o pequeno castrador,
Mas minha alma sempre a buscar lhes,
Sempre ansiando tirar-lhes para dançar,
Cantar e assim penetrar o mundo,
Fundir-se com os seres e acalmar todas as criaturas,
Pois esta harmonia é capaz de tocar todos os corações,
Até dos seres mais brutos e horríveis do mundo,
O pai céu me prometera à virilidade,
Dera-me a certeza de toda felicidade,
A realização das mais brutas vontades,
Que com vocês eu teria toda eternidade...
Mas o senhor tempo,
Não me deixara escolhas,
A não ser olhar,
Ficar a desejar e a planejar,
Por vocês a maior felicidade alimentar,
E por fim desistindo a lamentar,
E ao mundo praguejar,
Fantasiando com meu mundo de mentira,
Esperar o céu me dar aquilo que havia me prometido,
Mas de tanto esperar o tempo foi cruel,
A foice me feriu,
E os sonhos ainda não realizados levou embora,
As moiras que pegaram e agora sou modelado,
De novo a rasgar-me em pedaços,
Chorando no poço sem fundo,
Pois é assim meu aprendizado,
Só assim a alma ingênua pode entender,
Que querer de mais fere as leis,
E de mim levará tudo aquilo que mais desejei,
Mesmo que eu nunca o tivesse para ser levado.
Martini
17.09.13
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