Nuvem escura,
Negra acinzentada,
Fria gelada,
Que obscurece a Atmaesfera,
Impossibilitando a passagem,
Dos gametas do sol,
Que fecundam a terra,
Para florescer em cor a minha vida,
É tudo cinza,
Não se vê nem o vermelho,
Até eu perceber que é a nuvem quem limita.
Tenho uma incrível necessidade,
De querer sentir a vida em toda sua intensidade,
Seja no prazer,
Ou na dor,
Na alegria ou na tristeza,
Na certeza ou mesmo no terror,
Convivo com essa mania,
Tenho esse defeito,
Um belo defeito,
Quando percebo as
nuvens que me perseguem,
Preciso dissolvê-las,
Preciso entendê-las,
Me contorço em desespero,
Tentando me encurralar,
Colocando-me em cheque e as nuvens afugentar,
Mas nunca adianta,
Então faço o sol brilhar,
Até as engasgadas lágrimas precipitar,
Para fazer chover o entendimento,
Esvaziar-me de tanto tormento,
Que existia naquele sofrimento.
Se estou no fundo do poço,
Teimo em cavar mais um pouco,
Me convenço que posso descer mais,
E que com certeza,
Encontrarei um manancial em riquezas,
Ainda não descoberto,
Tenho esse aspecto,
De querer saber mais.
De sempre acreditar que posso mais,
Pois sei que cresço
toda vez,
Que disponho a fundo nas dores garimpar,
Pois nasci com um defeito,
Nasci com um pequeno erro,
O defeito de sentir demais.