quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Caranguejo






Oh pobre, pequenino caranguejo,
É indefeso, ainda menino,
Com garras graciosas,
Ludibria criaturas,
Indefesas de ternuras,
Que se encantam em seus versos,
A tua inocência a adorar.

Seduz as meninas,
Medindo força com os meninos,
Fabricando mães substitutas,
Quer ser acolhido no vente do seu amor,
Cuidados e bem amados,
Bem mimados e alimentados.

Protejam o coitado,
Afinal,
Ele não sabe o que faz,
Inconsequente é teu falar,
Manha é teu hino,
E tua voz carinhosa como menino.


Ensinem, criem,
Assumam o risco,
Cuidem, afaguem,
Mas não sufoquem,
Pois já é grande o bastante,
Para saber o que quer,
Hmm mas como é vaidoso,
O menino caranguejo,
Ainda assim,
Não se banca,
Nunca se manca.

Sufoca as criaturas,
Maravilhadas com sua pinça,
De abraçar e iludir,
É um tirano,
Vestido de pobre coitado,
Farsante malandro,
Disfarçado.
Com olhos brilhantes fascinantes,
Como gato perdido na mudança.

A mais agressiva das posições,
É a violência,
Mascarada de carência,
Que nunca permite um não,
Cativando a dó,
E esmagando a real compaixão.

Aah caranguejo,
Até quando continuarás,

 a ti próprio enganar?


Martini Clint

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Memories






Sempre fui romântico,
E não aprendi a me expressar...
Sempre fui um poeta,
Que não conhecia poesia,
Gostava da união,
Me perder na multidão,
De bem querer...
Cabeça em cima do peito,
Ouvindo o coração,

Meus romances,
Nunca pude romancear,
Apenas dissimular e extravasar.

E ao ver os anseios da alma
fugindo por entre os dedos,
Tudo doía
E a revolta
Sujava a bela poesia que escrevia..,
Um pedaço roto da vida no ralo da pia.

Medo de ser feliz,
Foi o inicio do erro,
Que aconteceu por viver infeliz.

Medo de amar foi o passo que se seguiu,
Destruindo amores a primeiras vistas.

Medo de ter sucesso,
Foi o fracasso que procurei,
Jogando lama naqueles que invejei.

A ânsia pela união,
A urgência em entregar o coração,
trazia um desespero tão grande,
Porque ninguém dele zelaria como devia,
Então não havia escolha senão esconder
O impulso brotante,
De querer amar a todo instante,
E mascará-lo distorcendo,
E assim me vendendo,
Modelos como se via nos jornais,
Nas revistas e propagandas,
Como impulso de dominar,
Liderar e comandar.

Mas nunca bastava,
Era um “looping” decadente,
Na treva latente,

Cada vez mais ausente,
Da própria presença,
Deixando que o acaso dominasse o dominador,
Grande ironia da escuridão,
Que seduz o sedutor,
Vicia o viciado,
Em ganho de coisa nenhuma,
Distanciando o fato da verdade,
Em prazeres escondidos no meio da rua,
Pintando de gloria a maldade,
Ate descobrir,
Que honra é pura vaidade.




Clint Martini