Sempre fui romântico,
E não aprendi a me expressar...
Sempre fui um poeta,
Que não conhecia poesia,
Gostava da união,
Me perder na multidão,
De bem querer...
Cabeça em cima do peito,
Ouvindo o coração,
Meus romances,
Nunca pude romancear,
Apenas dissimular e extravasar.
E ao ver os anseios da alma
fugindo por entre os dedos,
Tudo doía
E a revolta
Sujava a bela poesia que escrevia..,
Um pedaço roto da vida no ralo da pia.
Medo de ser feliz,
Foi o inicio do erro,
Que aconteceu por viver infeliz.
Medo de amar foi o passo que se seguiu,
Destruindo amores a primeiras vistas.
Medo de ter sucesso,
Foi o fracasso que procurei,
Jogando lama naqueles que invejei.
A ânsia pela união,
A urgência em entregar o coração,
trazia um desespero tão grande,
Porque ninguém dele zelaria como devia,
Então não havia escolha senão esconder
O impulso brotante,
De querer amar a todo instante,
E mascará-lo distorcendo,
E assim me vendendo,
Modelos como se via nos jornais,
Nas revistas e propagandas,
Como impulso de dominar,
Liderar e comandar.
Mas nunca bastava,
Era um “looping” decadente,
Na treva latente,
Cada vez mais ausente,
Da própria presença,
Deixando que o acaso dominasse o dominador,
Grande ironia da escuridão,
Que seduz o sedutor,
Vicia o viciado,
Em ganho de coisa nenhuma,
Distanciando o fato da verdade,
Em prazeres escondidos no meio da rua,
Pintando de gloria a maldade,
Ate descobrir,
Que honra é pura vaidade.
Clint Martini
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