sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ela





Oh dor comum de homens travessos,
Aqueles que percorrem, correm em curvas de leite e mel,
Raiva em patamar de machos irritadiços,
Como pernas de equinos,
Pelos enrijecidos, feito ouriço,
Dos que carregam o mundo nas costas, porque é forte, Homem!
Mas é prateleira do Diabo, que lhe separa do amor,
E continuamente oferecer ilusão e poder.

Chamava-lhe vergonha, ridículo,
Besta incompetente.
Ira aguda,
Que cutuca a onça de vara curta.
Mas é doçura, é pura,
E por vibração,
Faz estremecer o pilar da criação,
Desequilibrando o cultivado sustentar,
O corpo chorar ate não mais aguentar, enfim negar.
E continuo nunca podendo te ver, prometendo dissipar o sofrer,
Fazendo o Homem esquecer,
Que é Humano e filho de Deus,
E nunca será só poder.


Sem nada entender ,
A criança ferida e ofendida,
Acusa o mundo por todo sofrer.
Nas entrelinhas os sábios podem ver,
Que todo ódio é medo, disfarçado pra esconder,
Que toda força bruta, é medo do mundo lhe reconhecer,
Como é pura e simplesmente a real força que nada destrói,
A tudo e a todos conquista,
Constrói.
Enfim une pra nunca mais separar.


Martini

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Vampirela








 
Eu tinha um vampiro,
Um vampiro que chamava Ela.

As vezes endurecia,
As vezes seduzia.
Me absorvia, invadia,
Sugava e chupava,
Sem pudor e sem amor,
Mas com carinho e desejo... enfeitiçador.

Nunca me abandonava,
E quando a noite virava,
Era morcego que percorria sonhos, voava.
Pesadelos obesos de servidão e terror, matava.
Eu tinha um vampiro, cujo nome é Ela.

Que não descansa e me cansa,
Drena e esvazia como um funil,
Toda alegria do Homem viril.
Pra sorrir de dentes caninos,
Com olhos de belo felino.
Me congelando, extasiando,
Sempre a espreita de uma nova dose de si mesmo,
No meu maior pescoço toda noite sem parar.

Vampirela.



Martini Clint.
14.07.2014