terça-feira, 28 de outubro de 2014

Delicada





Como uma onda delinquente,
Chego perto e ele mente, aquele ente,
Que nunca... Quase nunca se deixa ver, se deixa lamber,
Muito menos olhar e afagar.

É estranho, sensação estranha,
Em poder ter ver, fantasiar em seus braços, medo e prazer,
Dor e euforia, não sei qual quero e gosto mais.

Um secreto eu que guardo de mim,
Se revela pra você, só você.
Não tenho controle, não quero ter,
Não tenho pudores... não quero ter.
Só quero a fragilidade da tua doçura, que desperta esse enorme poder.
É uma bola de neve que desce a colina,
Se por mais um instante repousar meu olhar, é impossível parar.
Sofro, corroo por dentro, adoeço de desejo ou paixão,
Mas gosto e sem não posso ficar.


Frágil libélula persiste em fitar,
Não imagina, nem sequer sonha o que estás prestes a despertar,
Se eu fosse você corria pra longe, bem longe de mim,
Aonde é seu lugar,
Cuidado libélula,
Cuidado com as forças que nem eu mesmo sou capaz de lidar,
Cuidado, não consigo mais ocultar,
Minha sede de você,
Vontade de te beber,
Que não me deixa dormir,
E não me deixa mais viver.

Martini
28.10.14

Vontade de te amar







É uma vontade de te amar,
Sem tamanho.

É querer te dizer eu te amo.

É correr por entre os desertos mais áridos,
É querer lutar pela sua via, arriscar minha própria vida,
Só pra lhe arrancar um sorriso, e te ver feliz.
É indizível as coisas que por ti sustento,
É ininteligível conceber tamanho bem querer por ti,
E nem eu sei dizer por que ou quando.

Quase ignoro os fatos concretos,
Da sua pequenez,
Quase deixo passar... Quase quero esquecer seus defeitos e deixar passar,
Pra poder assim sem limites te amar.
Mas não posso,
Esquecer meus olhos, negligenciar a compreensão,
Fingir que não entendo só pra te dar o meu maior melhor presente de todos,
Já que você não o merece.
Não tem sentido,
É burro,
É ridículo,
É repetir no erro... Que já sei que errei.

Fico atado e calado,
Meu rio já não encontra lugar para desaguar,
É desesperador tem que barrar hoje,
Este fluxo porque o teu rio não comporta o meu.

É uma prisão dentro da outra,
Que segura uma liberdade dentro da ilusão que criei de você,
E quase imploro a mim mesmo pra voltar a acreditar.
Porque sem ela, não posso me expressar,
Sem ela não sei dar voz a este lugar,
Sem ela ainda não aprendi a viver e sorrir,
Sem ela não sei ser,
Me perdendo mais a cada segundo,
Não faço mais ideia onde estou.
Muito menos o que gostaria de vir a ser.

Não sei mais o que fazer,
Só sei que ainda não acabou,
Enquanto vivo ou morto  hei de me encontrar.

Martini
28.10.14