sábado, 30 de novembro de 2013

Te amo de matar






Eu te amo!
Mas quero te matar,
Não consigo me segurar,
Me tento e não resisto,
Meu corpo implora pra te executar,
Pegar na tua barriga e fatiar,
Rasgar suas víscera e nelas me banhar,
Drenar teu sangue e assistir jorrar,
Lamber teu suor e teu choro de agonia saborear,
Em teu sangue chafurdar,
E em tua carne me deleitar,
Como um porco selvagem faminto de dor.


Quero te amar,
Ter te só pra mim,
Dizes que sim,
Mas no dia seguinte jogas a semente maldita,
Chamada dúvida,
Jogando comigo,
Torna-me um amante vil assim.

Não me culpes por te matar,
Pois imploraste o néctar de mim,
Eu lhe avisara que seria perigoso,
E muito gostoso,
Mas nunca imaginara que tanto assim,
Se brincaste com esta entrega hoje ela se revolta,
Pois é de sua natureza extrema e carnal,
A união visceral.

Eu lhe avisara,
Eu lhe alertara,
Mas nunca acreditara,
Mas teu passado é mais sujo que o meu,
Tua moral tão injusta ou pior que a minha,
Teu senso de humor tão sombrio quanto eu,
Mas na conhecida mandala,
Já lhe contaram que era alguém como eu,
Quem o futuro lhe reservara,
Um amante sombrio,
Perverso e nada amigo.

Mas eu te amo,
Só odeio o teu passado e o teu presente,
Só repudio tua infantilidade e seu descompromisso,
Só condeno tuas mentiras e seu falso pudor contigo,
Só admiro seu gemido,
Algumas curvas,
Que se movem ao redor da minha conduta,


Eu quero te matar,
Pra poder enfim tranquilamente te amar!

Clint Martini
30.11.13

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Doce Amargo





Amargura é essa tua feiura,
Cara ranzinza e azeda, peluda e felpuda,
Que corta e arrepia.
Amargurado é o sangue do diabo,
Que embebeda de visões,
Da fé faz divisões,
E multiplica a dor,
Sem graça é a vida sem festa,
Sem propósito e sem éter é a existência sem um sonho banal,
Amargo é o dia sem prazer,
Azedo é a euforia sem alegria,
Babaca é falar sentindo coisa alguma,
É como ar sem oxigênio,
Que enche, mas não satisfaz,
Morrer é viver sem prazer,
Morto vivo declaro o mundo que nunca souber morrer,
Vivo morto me declaro porque desaprendi a viver.
A invaginação na sua armadura é a razão ou o efeito,
De viver essa intensa amargura,
Todo dia,
Ainda não sei e isso perturba,
 Não tenho frio,
Não tenho calor,
Só amargor,
Só alucinação e pouca razão,
Muita vontade de coisa nenhuma,
Muito tesão em pessoa alguma,
Muita vida sem palco pra brilhar,
Muita gargalhada sem motivo pra comemorar.



Martini.



sexta-feira, 8 de novembro de 2013

...

Hoje eu choro,
Pois me sinto fraco,
Hoje eu berro,
Porque estou sufocado,
Hoje eu sofro,
Pois ainda sou escravo,

Das circunstancias sou reagente,
Ainda não aprendi a tomar a frente,
Dar um sentido a vida,
E ser dela o próprio agente,

Estou enfastiado,
De relaxar e me tranquilizar,
E nas pessoas acreditar,
Assim me elevar e os nobres sabores apreciar,
E em seguida,
Logo em seguida,
Ser obrigado a me posicionar,
A ter que brigar,
E as mesmas pessoas me negar,
Nos momentos mais inesperados,
Ter que da minha felicidade deixar levar,
Enquanto eu só queria ficar parado,
E contemplar o luar,

Estou cansado de ser joguete do amor,
Que só sabe iludir e criar mais dor,
Pois ainda sou bruto,
E só sei reagir causando horror,
Pois sou cruel,
Sou pequeno,
Tosco,
Não sei agir com inteligência, prudência ou glamour,
Sou só um primata com medo do perigo,
Sou só uma criança a beira do abismo,

E hoje eu choro porque ontem fui covarde,
Mas prefiro dormir porque agora já é tarde.


Martini Clint.