Amargura é essa tua feiura,
Cara ranzinza e azeda, peluda e felpuda,
Que corta e arrepia.
Amargurado é o sangue do diabo,
Que embebeda de visões,
Da fé faz divisões,
E multiplica a dor,
Sem graça é a vida sem festa,
Sem propósito e sem éter é a existência sem um sonho banal,
Amargo é o dia sem prazer,
Azedo é a euforia sem alegria,
Babaca é falar sentindo coisa alguma,
É como ar sem oxigênio,
Que enche, mas não satisfaz,
Morrer é viver sem prazer,
Morto vivo declaro o mundo que nunca souber morrer,
Vivo morto me declaro porque desaprendi a viver.
A invaginação na sua armadura é a razão ou o efeito,
De viver essa intensa amargura,
Todo dia,
Ainda não sei e isso perturba,
Não tenho frio,
Não tenho calor,
Só amargor,
Só alucinação e pouca razão,
Muita vontade de coisa nenhuma,
Muito tesão em pessoa alguma,
Muita vida sem palco pra brilhar,
Muita gargalhada sem motivo pra comemorar.
Martini.
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