Acted like a bitch and liked

Testosterona Latejante

Era uma massa etérea que envolvia tudo o que eu via. Gotas de um líquido brilhante que não se vê, tão brilhante que os próprios olhos não comportam a claridade e radiação, esse líquido escorria em mim e pingava aos arredores, ele era viciante e eu sempre queria mais, mais e mais.

 Queria gozar e deliciar-me desesperadamente no próprio ar, nas carnes quentes de um ser qualquer.

Lembrar já me traz desespero e insatisfação, anseio por persegui-lo, gritar, mais que um grito um urro de força absoluta e virilidade. Simplesmente tudo é sexo! O próprio grito firmava minha masculinidade, então eu encontrava razões para manifestar minha raiva, meu ódio e minha força bruta delinquentemente.

Um olhar, uma risada forçadamente controlada nos limites da sanidade para não se tornar um estupro ao ar livre em meio ao ambiente social. Graças a deus nunca tive capacidade mental associada aos meus instintos, ou o planejamento de um crime seria inevitável. Me engrandece saber também que fui altamente másculo e viril como nenhum homem jamais foi. Mera ilusão sei disso também. Me entristece novamente saber que era tudo  de mentira, falso macho criado no laboratório da insegurança. Sei que aquelas coisas também não eram inéditas, eu sempre sentira aquilo, mas dessa vez era mais intenso e forte que a própria razão da existência. Mas hoje penso que isso prejudicou seriamente meu corpo físico, como pode um homem comportar tais níveis hormonais e continuar sua produção normal?! A caixa me dizia que isso não ocorreria, mas será mesmo?

Sinto às vezes alguma força surgindo, mas acho que são meros resquícios das emoções atreladas a experiências do passado. As emoções se repetem eu sei, mas os hormônios são questões físicas. Num ato de maior virilidade castrei a própria masculinidade, que estupidez maldita.

Isso nos leva a pensar que meus comportamentos devem ser então mero teatro aprendido, por isso não consigo nada além de olhares esquisitos.

Clint Martini.

Falso Libido

Escondido na barba rala, planejadamente mal feita,

Jaz a face da ganância, um falso rosnado,

Um uivo de liberdade e poder, que na verdade se chama medo,

Ao mostrar as presas o animal revela suas fraquezas,

De que adianta saber, se somente sei,

Mas nunca mudarei,

Pois a vida já negligenciei,

Errei, 

Errei muito,

Começo a lembrar, feito um louco ou coisa pior,

Possuído pelo mal, mas travado pelo medo,

Sempre o medo,

Mas nesta vida me limitarei ao ridículo, feliz ou infelizmente...

Uma criatura inexplicavelmente, sedenta por contato e calor, 

Te sugar e lhe esvaziar depois da sua cara rir,

Por ser tão inocente e acreditar no Diabo,

Então ele tomaria minha forma e subjugaria a sua por puro prazer,

Se divertir e gargalhar da idiotice humana,

Que aliás é bem vasta,

O pensamento de força era incrível,

Bufava e esbravejava, 

Era pura testosterona, pirava,

Mas quem me conduzia era o vento, 

O acaso qualquer, vibração de qualquer momento,

Um escravo da podridão que não recebia nem o que comer,

Muito menos sentido para sobreviver,

Mas o corpo seguia conforme as linhas se desprendiam do inferno,

Se transformavam em um sarcástico sorriso,

A maldição que se instalava no semblante e vomitava no olhar,

Falsa epilepsia,

Puro medo dotado da maior hipocrisia.

Clint Martini.

Noradrenalina

Abriu-se um novo departamento,

Deparo-me com horripilantes figuras,

Perversões a todo o momento,

Mas que tormento,

O escorpianismo luta e grita,

Faz barulho, bagunça e birra,

Provoca horror em ondas e quase gira,

Porque se desespera quando sente que vai morrer,

O prazer ao admirar sua dor,

O estupro que intriga, adrenalina e pavor,

Combinação brilhante, o revés do pudor,

Não posso, mas quero,

Pois quero porque não posso,

Nada de orgasmos, apenas tortura,

Alternando entre atração e repulsa,

Rasgo-lhe a boca, beijo tua nuca,

Arranco tua roupa e aperto-lhe a cintura,

Roubo tua pele, visto-a em mim,

Acorrentados no porão, na carne marco meu nome,

É minha criatura, agora só terás prazer ou fome,

O feminino parece não encantar, só atrai e instiga,

Aqui não existe encanto, não sinto mais ternura,

Eterna briga,

Burrice pura,

O masculino me apavora e provoca,

Quero ostentar meu poder,

Então ordeno a sua tortura,

A androgenia e zoofilia são curiosidades,

Necrofilia e pedofilia curiosas atrocidades,

Desperta olhos que calam os normais,

Trazem a tona o que apavora demais,

Quanta insanidade,

Sou agora um centro nojento,

De pura delinquência e vaidade,

Lilith está à solta,

Assassinou pai Cronos,

Agora faz com Plutão,

A profunda dança, cheios de paixão,

Decretaram união,

Como pode?!

De dia, entender a vida e unir-se ao mundo,

Amar e fundir-se no planeta,

Após o dia, desencantar da vida,

Querer o sexo com a própria besta.

Meu Deus, denovo?!

As perguntas mais básicas de homem pra homem:

O que eu sou? Quem eu sou?

Pra onde estou indo e pra onde eu quero ir?

Aonde eu estou?

Por que confiar numa pessoa que fala só bem de si mesmo?

Porque confiar em uma pessoa que se intitula algo explicitamente? Se ela o fosse não precisaria dizer que é, não acham?

A burrice de um homem é quando acha que compreende uma mulher, são seres insaciáveis e só agem atrás das cortinas, movidas por algo quem nem elas mesmas compreendem. Isso não é uma característica admirável digamos de passagem. Nem um pouco.

Minha frustração se consiste em que confiei naquela mulher, no fundo havia uma dúvida, mas por alguns momentos deixei a correnteza levar embora. Dispus-me a ouvi-la e a tentar entender, baixei a guarda e deixei que ela penetrasse meu peito e meu sentimento naquele momento. Me senti aceito e compreendido, achei que fosse uma mulher admirável e um exemplo a ser lembrado, me senti feliz por alguém querer ouvir minhas merdas e me dar conselhos que eu já sabia mas que fingi nunca ter ouvido, para vê-la feliz  e se sentindo útil. Apesar de pelados na cama, achei que isso fosse o amor, não o amor erótico ou romântico, mas uma espécie de amor fraterno. Mas me estranhava ela sempre ressaltar como era uma pessoa boa, fazia questão de me convencer de que era alguém admirável. Até que me convenceu naquele momento. Então mais feliz ou momentaneamente consolado, eu abraçava alguém que eu gostava.

Hoje isso me leva a pensar algo: Nossa como sou estúpido!

Caio no conto do vigário duas vezes seguidas, não deu nem tempo para respirar ou piscar. Um homem arrogante sempre acha que detém o controle. Seria tão mais fácil se eu fosse gay não?!

Deus me livre!

Engraçado, sempre fui fascinado por uma bunda redonda com cintura fina que se alargam nos seios, terminando em ombros delicados deixando a mostra aquela região frágil e arrepiante do pescoço, simplesmente me hipnotizavam. Sempre me derreti ao ver uma bela mulher, pessoas em minha companhia sempre notam minha mudança repentina no comportamento, julgam e dizem que é ridículo ou mesmo nojento. Difícil não assimilar minha virilidade a minha idiotice ou burrice...

Por isso durante toda minha vida priorizei, até inconscientemente, relações com mulheres feias, assim era mais difícil cair nas armadilhas de suas tentações, pois meu fascínio deveria ser menor, portanto meu autocontrole maior. Vejo que não adiantou, hoje vejo, uma mulher feia me deu um golpe bonito.

Agente vem manchado da infância cheio de esperanças de prazeres infinitos e amores incondicionais. Aaah Walt Disney, seu filho da puta! A princesa que eu almejava conquistar. Quando eu permitia uma mulher me tocar dessa forma, eu estava disposto a enfrentar qualquer dragão por ela, subiria em qualquer castelo e travaria batalha com qualquer rei, pois ela era minha princesa. Mas o mundo não contém princesas nem príncipes, alguns dragões e falsos reis talvez.

Minha vangloriada virilidade, meu exaltado tesão, tão exibido a sociedade, mas tão envergonhado por ser tão irreverente e facilmente manipulável. De que adianta ter a maior força se ela é a sua maior fraqueza? Ilusão de poder é gozar cinco vezes meu caro.

Quero um colo de mamãe no corpo de menina.

Essa eu deixo pra Freud te explicar,

Um abraço do seu amigo,

Clint Martini.

Homem Insuficiente

Mas se eu faço a gozar dez vezes sinto a graça,

Sinto sua maravilha,

Não existe tempo, o planeta não gira,

Menino feliz que quase pira,

Poderia implodir e se acabarem todas as vidas,

Pois sou mais feliz do que minha própria vida,

Sou maior que qualquer estrela,

Me aconchego em seu peito e contemplo sua beleza,

Gostaria muito de conhecer sua alma,

Toquei os dedos de Deus,

Pois só ele me entende nessa hora.

Mesmo assim, ainda não sou homem o suficiente...

Chegamos a quinze, vinte vezes, elevamo-nos a um prazer jamais experimentado,

Ainda assim eu não sou homem o suficiente...

Cuido dela, dou consolo e sábias palavras que são levadas na brincadeira, por que no fundo de toda mulher tem uma menina sapeca.

Te protejo como se fosse um anjo, a criatura mais perfeita e cheirosa já criada por Deus,

Mas isso não me faz homem suficiente....

Ponho música alta porque não quero ouvir o próprio choro, é feio desafinado e esquisito.

Não me entendo, me revolto,

Deus por que me deste tanto amor pra sentir, se eu não posso expressá-lo, tampouco experimenta-lo?

Dizem que é coisa de maníaco viciado e é feio,

Porque amar tanto uma criatura ao ponto de desprover-me da inteligência que sei que tenho?

Amor, amor, eu realmente sei do que estou dizendo?

Ou sou só mais um pateta com tesão mal resolvido pela mãe?

Um clichê masculino, escondido pela vã criatividade.

Ou a maldição que carrego por ter sido tão cruel com criaturas tão deliciosas.

Não importa o que eu diga ou o que eu faça, nunca serei homem o bastante.

Clint Martini

Mero Mortal

A o que um mero mortal como eu pode fazer, além de invejar e chorar...
Se nunca conseguirei me expressar, guardarei meus amores para mim e escreverei em anonimato pra romancear.


Admiro a criatividade desse cara, mentira, eu invejo esse cara, mas desejo também toda sorte do mundo.

Clint Martini

A Beleza Vazia

É frustrante,

Encontrar a beleza vazia,

Desanimo e desconfio,

Pois me deixei fluir e influenciar,
Esqueci-me de mim,
E só me preocupei com seu bem estar,

Impressionou-me tua beleza,
Mas que saúde quanta riqueza,

Admirar teu corpo trouce alegria,

Suas curvas e risadas eram só o que eu queria,

Pois é só o que ainda via,

Mal eu sabia,


Quando vi já fui,

Me entreguei,
Mesmo sem confiar por você lutei,
Ascendeu em mim uma chama,
A velha vela que nunca se apagará,
Se você sempre me abraçar,

Dentro de mim tamanha força motriz,

Faz eu querer abraçar o mundo e entregar a você,

Tamanha força que me segura pra longe de ti, que só me deixa cicatriz, 

Por trás da cobertura no bolo tem o recheio,

Seu eu te comprar levo o pacote inteiro,

Inevitável notar então sua ignorância,

satisfação e necessidade pela ganância,

Previsível como uma criança insegura,

Tuas relações só promovem a masturbação do ego, que ainda perdura,

Desacreditado eu saio da sua,

Que pena tão linda, mas tão pequena.

De que serve a beleza se ela for vazia?

Meia hora, dois dias?

Um abraço,

Clint Martini

Assim começa uma ilusão

Assim começa uma ilusão,
Clint Martini