segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Momentos


 
O Elemental do desejo,
É uma figura sacana,
Que enrijece o peito,
Teme a beleza,
E impede que eu seja,
Um cara bacana.
 
O elemento desespero,
Estremece o apego,
Faz de mim prisioneiro,
Pois no passado,
O que devia ser apreciado,
Foi motivo pra jogar o reinado,
Pelos ares,
E me matar cavando o próprio buraco.
 
 
Temer aquilo que mais se deseja,
Temer aquilo que enfeitiça,
Temer aquilo chamado Beleza,
É um carma antigo,
Milenar,
Apreciar os feitos de Vênus,
Faz o coração palpitar,
E uma certa alegria no coração brotar,
Os sentidos aguçados emergem,
E o salivar nos caninos que pedem,
Aquelas belas curvas,
Entre as montanhas que jorram o leite,
Ofereço-lhe o mel pra servir o nosso banquete.
 
 
Mas o tempo é meu inimigo,
E também meu aliado,
Até quando serei refém,
E meu próprio escravo?
 
 
 
Clint Martini

sábado, 30 de novembro de 2013

Te amo de matar






Eu te amo!
Mas quero te matar,
Não consigo me segurar,
Me tento e não resisto,
Meu corpo implora pra te executar,
Pegar na tua barriga e fatiar,
Rasgar suas víscera e nelas me banhar,
Drenar teu sangue e assistir jorrar,
Lamber teu suor e teu choro de agonia saborear,
Em teu sangue chafurdar,
E em tua carne me deleitar,
Como um porco selvagem faminto de dor.


Quero te amar,
Ter te só pra mim,
Dizes que sim,
Mas no dia seguinte jogas a semente maldita,
Chamada dúvida,
Jogando comigo,
Torna-me um amante vil assim.

Não me culpes por te matar,
Pois imploraste o néctar de mim,
Eu lhe avisara que seria perigoso,
E muito gostoso,
Mas nunca imaginara que tanto assim,
Se brincaste com esta entrega hoje ela se revolta,
Pois é de sua natureza extrema e carnal,
A união visceral.

Eu lhe avisara,
Eu lhe alertara,
Mas nunca acreditara,
Mas teu passado é mais sujo que o meu,
Tua moral tão injusta ou pior que a minha,
Teu senso de humor tão sombrio quanto eu,
Mas na conhecida mandala,
Já lhe contaram que era alguém como eu,
Quem o futuro lhe reservara,
Um amante sombrio,
Perverso e nada amigo.

Mas eu te amo,
Só odeio o teu passado e o teu presente,
Só repudio tua infantilidade e seu descompromisso,
Só condeno tuas mentiras e seu falso pudor contigo,
Só admiro seu gemido,
Algumas curvas,
Que se movem ao redor da minha conduta,


Eu quero te matar,
Pra poder enfim tranquilamente te amar!

Clint Martini
30.11.13

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Doce Amargo





Amargura é essa tua feiura,
Cara ranzinza e azeda, peluda e felpuda,
Que corta e arrepia.
Amargurado é o sangue do diabo,
Que embebeda de visões,
Da fé faz divisões,
E multiplica a dor,
Sem graça é a vida sem festa,
Sem propósito e sem éter é a existência sem um sonho banal,
Amargo é o dia sem prazer,
Azedo é a euforia sem alegria,
Babaca é falar sentindo coisa alguma,
É como ar sem oxigênio,
Que enche, mas não satisfaz,
Morrer é viver sem prazer,
Morto vivo declaro o mundo que nunca souber morrer,
Vivo morto me declaro porque desaprendi a viver.
A invaginação na sua armadura é a razão ou o efeito,
De viver essa intensa amargura,
Todo dia,
Ainda não sei e isso perturba,
 Não tenho frio,
Não tenho calor,
Só amargor,
Só alucinação e pouca razão,
Muita vontade de coisa nenhuma,
Muito tesão em pessoa alguma,
Muita vida sem palco pra brilhar,
Muita gargalhada sem motivo pra comemorar.



Martini.



sexta-feira, 8 de novembro de 2013

...

Hoje eu choro,
Pois me sinto fraco,
Hoje eu berro,
Porque estou sufocado,
Hoje eu sofro,
Pois ainda sou escravo,

Das circunstancias sou reagente,
Ainda não aprendi a tomar a frente,
Dar um sentido a vida,
E ser dela o próprio agente,

Estou enfastiado,
De relaxar e me tranquilizar,
E nas pessoas acreditar,
Assim me elevar e os nobres sabores apreciar,
E em seguida,
Logo em seguida,
Ser obrigado a me posicionar,
A ter que brigar,
E as mesmas pessoas me negar,
Nos momentos mais inesperados,
Ter que da minha felicidade deixar levar,
Enquanto eu só queria ficar parado,
E contemplar o luar,

Estou cansado de ser joguete do amor,
Que só sabe iludir e criar mais dor,
Pois ainda sou bruto,
E só sei reagir causando horror,
Pois sou cruel,
Sou pequeno,
Tosco,
Não sei agir com inteligência, prudência ou glamour,
Sou só um primata com medo do perigo,
Sou só uma criança a beira do abismo,

E hoje eu choro porque ontem fui covarde,
Mas prefiro dormir porque agora já é tarde.


Martini Clint.

domingo, 27 de outubro de 2013

Defeito







Nuvem escura,
Negra acinzentada,
Fria gelada,
Que obscurece a Atmaesfera,
Impossibilitando a passagem,
Dos gametas do sol,
Que fecundam a terra,
Para florescer em cor a minha vida,
É tudo cinza,
Não se vê nem o vermelho,
Até eu perceber que é a nuvem quem limita.


Tenho uma incrível necessidade,
De querer sentir a vida em toda sua intensidade,
Seja no prazer,
Ou na dor,
Na alegria ou na tristeza,
Na certeza ou mesmo no terror,
Convivo com essa mania,
Tenho esse defeito,
Um belo defeito,
 Quando percebo as nuvens que me perseguem,
Preciso dissolvê-las,
Preciso entendê-las,
Me contorço em desespero,
Tentando me encurralar,
Colocando-me em cheque e as nuvens afugentar,
Mas nunca adianta,
Então faço o sol brilhar,
Até as engasgadas lágrimas precipitar,
Para fazer chover o entendimento,
Esvaziar-me de tanto tormento,
Que existia naquele sofrimento.


Se estou no fundo do poço,
Teimo em cavar mais um pouco,
Me convenço que posso descer mais,
E que com certeza,
Encontrarei um manancial em riquezas,
Ainda não descoberto,
Tenho esse aspecto,
De querer saber mais.
De sempre acreditar que posso mais,
 Pois sei que cresço toda vez,
Que disponho a fundo nas dores garimpar,
Pois nasci com um defeito,
Nasci com um pequeno erro,
O defeito de sentir demais.



Martini.

Um homem esquecido






Os acontecimentos conspirando, para você aparecer. Meu ódio suplicando para você acontecer. Um Aquiles a muito tempo esquecido a muito tempo negligenciado, havia pensado que a vida é um conto de fadas, uma historinha bonita e perfeita.
Mas sou fraco como uma princesa esquecida, como donzela frágil rejeitada.
 Porque cai no seu canto, apreciei o seu conto de faz de conta e me deparo com meus demônios loucos para sair, loucos pra matar. Por isso agora seguro as correntes, tenho as minhas mãos Deimos e Fobos. Não por que eu os controlo, nem mesmo porque são meus súditos, mas porque você os despertara e estou aflito por não aguentar segurar, este ódio que me consome e me faz viver, me perpetuar a lutar.

Temia estes momentos, temia estes acontecimentos, não sou forte o bastante para controla-los. Ou eu os solto ou para sempre os amarro.

Martini.



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Na transição dos mundos





Como gostaria de lhe contar,
Somos tudo aquilo que vemos,
Porque só há reflexo daquilo que existe,
E só o que existe são nossas consciências,

Se vejo beleza,
É porque sou belo.
Se vejo ódio,
Sou pois odioso,

O que acontece então quando só vejo prazer,
Como um touro que se enfurece ao vermelho,
Extasio ao ter os orgasmos internos,
A todo o momento,
Vejo gozo e gemidos a todo instante,
Em qualquer situação,
Aquela ventania de frescor branca,
Branda e avassaladora,
Que refresca e desperta o pior do meu ser,
Que reflete o melhor do meu prazer,
Derrete-me em êxtase ainda que contido,
Impossível disfarçar,
E respiração a ofegar,
Prestes a gozar,
Só por sua beleza começar a contemplar,

Corta-me ao meio,
Repartindo-me em Deus e Maldição,
A agonia daquele insano prazer,
Que me refresca e rouba à calma,
Que desespera,
Mas acalenta e goza com a alma,
Destrói a tranqüilidade,
Logo me ponho a sofrer,
De tanto prazer,
Dou conta que estou no inferno,
E que sou um Deus a trazer a contradição de meu ser,
E que também estou no céu,
Esperando-me despertar,

Das antigas crostas libertar!!!


Martini

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Quem é você....







Como se dentro aqui,
Houvesse um animal,
E completamente irracional,
Mas de um raciocínio infernal,
Que busca seu espaço,
Que exige seu prazer,
Faz de tudo pra aparecer,
Quando feliz urra de alegria,
Late, bafeja e uiva suas conquistas,

Quando triste chora,
Rola, esperneia até que me toca,
Com raiva, ódio e ressentimento,
Exige-me algo a todo o momento,
Como se seu mundo fosse um drama,
Uma perfeita e maquiavélica trama,
Feita pra lhe fazer sofrer,

Quando desejoso,
Sua natureza se mostra peculiar,
Olhos esbugalhados e corpo pronto para atacar,
E ao mesmo tempo derrotado,
Antes mesmo de tentar,
Pois me implora ao pedir e a rastejar,
Estremece o corpo,
Suas vaidades e vontades tiram do sério,
Roubam a concentração,
Iludem e faço uso de minhas forças em vão,

Pois ainda me enganou como se fosse eu,
Pois ainda mentes,
Mas eficazmente que eu,


Mas eu,
Não sou você,
E você não sou eu,
E o eu deixou-se enganar,
Pois nasceu assim e aprendeu a comparar,
Para poder crescer,
Mas no caminho fez muito sofrer,
Para enfim de tudo desaprender,
E entender que você não tem mais nada a oferecer,
Eu não sou você!!!!


Martini.
25.09.13


terça-feira, 17 de setembro de 2013

O céu e o tempo







Como anjos que gracejam e brincam a minha volta,
Cantam sua glória,
E de tão magníficas apagam da minha memória,
Fazem-me esquecer que mundo criei,
Um vibro que ecoa de dentro para fora,
E reverbera pelas esferas,
Transcende todos os planetas,
Toca todas as plateias,
Lançam seus perfumes,
Que embriagam de felicidade e alegria,
Chego a extasiar quase chorar,
De tanta harmonia,
Por testemunhar tamanha beleza,
Por sentir este calor que nasce e brota,
Levando consigo qualquer resquício de tristeza,
Quando eu te presencio,
Quando deslumbro seu ser,
Assim livre sorrindo,
Simplesmente sendo o que é, 
E o que deve ser,



Aquele som agudo que produzes,
Me compele a viver,
Aguças a minha voz,
Que combina as suas,
Então musicamos eternamente viris,
Eu as protegendo e abrangendo,
Enquanto vocês magnificam e maravilham,
Toda criação,
Então a sensação ensurdece minhas fraquezas,
E sou capaz de carregar-lhes pela vida inteira,
Em meus braços,
Abraçando a terra e lhes declarando as estrelas,



Toda a vida neguei,
Fugia, pois temia,
Temia pois nestes mares nunca naveguei,
Eu nunca aprendera a navegar,
Não poderia ser o belo criador,
Se só aprendera a ser o horror,
Reclamando o pequeno castrador,
Mas minha alma sempre a buscar lhes,
Sempre ansiando tirar-lhes para dançar,
Cantar e assim penetrar o mundo,
Fundir-se com os seres e acalmar todas as criaturas,
Pois esta harmonia é capaz de tocar todos os corações,
Até dos seres mais brutos e horríveis do mundo,



O pai céu me prometera à virilidade,
Dera-me a certeza de toda felicidade,
A realização das mais brutas vontades,
Que com vocês eu teria toda eternidade...
Mas o senhor tempo,
Não me deixara escolhas,
A não ser olhar,
Ficar a desejar e a planejar,
Por vocês a maior felicidade alimentar,
E por fim desistindo a lamentar,
E ao mundo praguejar,
Fantasiando com meu mundo de mentira,
Esperar o céu me dar aquilo que havia me prometido,
Mas de tanto esperar o tempo foi cruel,
A foice me feriu,
E os sonhos ainda não realizados levou embora,
As moiras que pegaram e agora sou modelado,
De novo a rasgar-me em pedaços,
Chorando no poço sem fundo,
Pois é assim meu aprendizado,
Só assim a alma ingênua pode entender,
Que querer de mais fere as leis,
E de mim levará tudo aquilo que mais desejei,
Mesmo que eu nunca o tivesse para ser levado.




Martini
17.09.13



sábado, 31 de agosto de 2013

O mórbido abismo pueril

 
 
 
 

 
Feito uma criança desajustada,
Feia, inquieta, rejeitada,
Desamparada,
Nadando em profundezas obscuras,
Desesperada,
Desconhecidas e já apavoradas,
Mergulho num abismo,
Que toma conta de todo o cômodo,
Me incendeio de carência, medo e terror,
Dor,
Sem porquês,
Sem entenderes loucura alguma,
Somente o oculto e confuso temor,
Testemunho uma tristeza total,
Isolação e auto rejeição,
O clichê do derrotado antes da guerra,
Deitado ao relento,
Esperando a morte vir me colher de volta a seu leito.

 
É, esta difícil de esconder,
Cada vez mais difícil,
A cada dia mais doloroso,
Mais trabalhoso,
Não aguento mais,
Se me rendo à vida morro,
Se me casto a vida,
Torturo-me e enfim faleço de desgosto,
Não sei o que fazer...

 
A minha maior riqueza é vergonhosa,
O meu maior tesouro, queria que fosse compartilhado,
Mas foi trancafiado, a sete chaves,
E enterrado, a sete palmos,
Assim dado como morto, sujo,
Num baú que ninguém nunca deveria ter tocado,
Muito menos achado e desenterrado,
Que não deveria permitir ter olhado,
Mas que eu em segredo rezava para acontecer todos os dias,
Cavava e seguia as cegas todas as pistas,
Sonhava com esperanças,
De um alguém algum dia resgatá-lo,
Mas que em público gritava aos sete ventos que não o faria,
Assim pra agrada-los,
Para receber uma benção na testa e um aperto de mão,
Um tapinha nas costas cretino,
Que pouco me aliviava,
Que nada me confortava,
Então logo me predispunha a concorrer mais um,
Sempre com mais veemência e necessidade,
Como cachorro treinado,
Abana o rabo e faz truques,
Implorando carinho e mente que é feliz,

 
Ironicamente,
Não desejo mais tapinhas,
Não anseio mais por apertos de mão,
Tampouco bênçãos,
Nem mesmo exijo ou demando carinho,
Mas hoje,  quero compartilhar o antigo tesouro,
Que desenterro e abraço,
Vou devolvê-lo ao peito,
E recuperar o tempo perdido,

Quero comprar  de todo o planeta as más lembranças,
E poupar todas as internas crianças,
De aniquilarem seus tesouros como aniquilei,
Poupá-los de sofrer como sofri,
De se rejeitarem como me rejeitei,
Contar as histórias que sei para que enfim entendam,
O que eu ainda também não posso entender,
Mas que já posso sentir e talvez prever,
Que irei aquecê-los, acalentá-los e acalmá-los,
Por que sei como dói sobreviver sem realmente nunca  ter vivido...
 
Martini.
 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Temptation


Ai Madonna, sua tezuda!

Macabramente deliciosa !!!!







E então deslumbro, sou uma enorme contradição,
Uma aberração,
Sou uma puta!
Sou um deus!
Sou um demônio Gostoso, pronto para sair,
E quando sair te trair,

A vida deliberadamente pulsa entre os vãos e espaços antes vazios de meus átomos,
Das minhas células,
Foi-se o familiar vácuo,
Cada partícula corrompida pela maldição deliciosa de ser este ser horrendo,
E maravilhosamente gostoso ao mesmo tempo,

Eu me amo e me delicio,
Eu me odeio e me amaldiçoo,
Quero me matar,
Quero possuir o mundo em minhas mãos,
Quero te matar,
Quero te possuir, quero comer a sua carne suja e podre,
Lamber até o ultima gota de sangue nos meus lábios,
Saborear ate o ultimo sopro de sua existência, junto ao rangir dos meus dentes,
E num sorriso sacana e perverso lhe contar que te trai, te matei,
Que me trai e me matei,

O poder de Lilith, a maldita sedução de um demônio delicioso.




Clint.


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A Força



Se a força que me permeia,
Ludibria e meu corpo todo torneia,
Mostra também que pequeno sou,
Quão cansado estou,

Cansado das aparências,
Revoltado com minhas impermanências,
Me enfastio de podridão,
Esqueço da vida e ignoro a mais valiosa lição,
 Depois fujo ansiando por solidão,

Se sou mais homem do que dez homens,
Mais robusto que dez elefantes,
Não haverá vez para Dalilas que me atraiam e traiam,
Não haverá voz ou manifestação a nenhum Sansão,
Que num olhar me desafia e me subestima,
Mas na postura e na cintura, se mingua,

Solidão, solidão, a mais sábia das minhas companheiras,
Por você eu me perco, com você eu me encontro,

Amo-te solidão.

Martini.

Ao Mundo




De volta ao mundo,
Mediocridade,
De novo no mundo,
Repleto de anseios e infelicidades,

Embora eu me rejeitasse,
Hoje penso que meu medo era,
Exatamente o que tenho em mente,

Sentir-me livre e desejado,
Longe da lamentação, me liberto,
Sorrindo ao mundo generosamente,
Deliciando cada segundo de prazer com urgência e desespero,
De estar e ser, sinceramente confiantemente,
Quem sou,

Dá-me poder,
Dá-me sanidade e imensa capacidade,
Dá-me a escolha de exercer minha plena sagacidade,
A tudo compreendo, a todos eu entendo,
Qualquer uma que seja poderia possuir,
Mas de que adianta a matéria vencida,
Se eu sei que aos meus próprios encantos eu nunca resistirei,

Essa é a história,
De um gigante baixote,
Que acorda irado por não ser visto,
Que quer compensar o tempo perdido e o sonhos desistidos,
Que quer saborear os perigos da vida,
Sendo que eu não posso me aventurar,
Nem mesmo tomar as damas para dançar,
Então o tédio e a culpa,
A revolta e a ira me acusam,
De reivindicar o meu próprio lugar,
Meu berço de glória a exaltar,

Sem eira nem beira,
Me afasto então do mundo,
Das antigas e almejadas ilusões,
Lamentando por ser imaturo,
Me arrependendo por ser fraco,
Por ser sem medida,
E me culpo por fazer e ser tão pouco,
Perto do que queria pra mim e para o mundo que reivindiquei.


Martini.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Misogenia




E agora me joguei no labirinto da vida,
Não queria, pois no fundo eu sabia,
Sabia o que lá se escondia,
Vasculhar a própria sexualidade é para ousados,
Ou para insanos descompensados,
Quem sabe?
 
A libido,
Trancafiada pelo fantasma da rejeição,
Quando vem a tona se torna pura agressão,
Se me questionei olhei,
E vi, fiquei com medo e orei,
Quem sou? Quem eu serei? 
 

Se o feminino arrepia e derrete minha pele,
Toca minha alma,
Mas despedaça meu coração,
Por prazer ou por medo,
De fato, mas que confusão,
Sua face angelical desarma, impressiona e me rouba a noção,
O lado infernal me manipula e machuca, assim como Dalila fez a Sansão,
A misoginia me parece uma fiel tradução,
Dos sentimentos contrários da minha magnífica atração,
Odeio o que mais amo, e gosto de quem não amo,
O que pensar o que entender se seus pecados agradam meus sentidos,
Iluminam e me trazem brilho,Mas suas maquinações me magoam,
E me apagam a vida,
Me colocam de quatro e humilham,
Como ceder aos encantos da vida se eles me levam a perdição?

 
Mulheres, tão belas tão cheirosas e tão mortais,
Algumas até encaram como elogio,
Mas que decepção...
Eu mirando no amor e você na dor,
Queria lhe dar o mundo, mas você só queria me ostentar na vizinhança,
Será que não vê?

Clint M.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A Serpente



Te procurei a vida toda,
Implorei e supliquei por toda sua força,
Pois eu a sentia, eu a via,
Implorava por o ser,
Por tê-la, possui-la,
Mal eu sabia,

Buscava desesperadamente a paixão das paixões,
Os lábios perfeitos,
A curva da cintura perfeita, o cheiro e o gemido perfeito,
Mal sabia eu,

Nunca suspeitava ou mesmo acreditava,
Você estava em mim,
Nenhuma garota,
Mas a beleza da minha vida,
As delicias, o prazer,
O tesão, a gana por viver,

Hoje delicio-me por ser eu,
Por ter você parte de minha vida,
Por aceitar você,
Por não mais odia-la ou teme-la
Por poder e conseguir apreciar você,
Por ser quem eu mais gostaria de ser,
Sem você eu nunca seria,
Você que é parte de mim,
Você que mora ai, em baixo de mim,
Você linda e bela assim,
A dançar e brincar pelo meu corpo,

Eu me amo, eu te amo, e lhe suplico perdão,
Por toda transgressão,
Peço-lhe perdão por todo ódio e malicia,
Não quero mais ser este antro de maldição,
Agora de ti só quero aprender as delícias,

Der ser quem nós somos, juntos tudo poderemos!

Clint Martini

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Um Homem Primata





O animal é a fraqueza do homem, 
A fraqueza de mim o homem,
A fraqueza do meu homem, eu,
Pois o homem sempre será limitado,
Ao seu tamanho, estatura, destreza e beleza,
E o animal a seus instintos e prezas, 
O que me resta se o primata ainda domina,
Mas a alma anseia pelos seios da vida,


Não vale muito somente esforços, pois a realidade é a perpétua expressão,
A manifestação da segurança e proteção,
Está ai a felicidade, nesta auto realização,
Não somente a conquista,
Porque conquistas são passageiras,
Magníficas e deliciadas a cada momento,
Mas acabam,


Acorrentado aos braços, pescoço e pernas,
Choro de luta constante entendendo alguns porquês, 
Ficando mais forte, hoje não mais um primata revoltado a esmurrar o chão,
Hoje identifico o inimigo e o vejo,
É tão poderoso quanto eu, tão grande e belo quanto sou,
Mas em vez de agredi-lo estendo minha mão e lhe ofereço um abraço,
O primata mim, que ensinei a socializar,
Homo Erectus pronto pra caça,
Desenvolveu agora a Sapiência,
De esperar, entender, planejar e observar,
O ataque que é inteligente e não deixa nada a desejar,
Sutilmente intenso e poderoso, se faz o homem sagaz,
Se torna quase um ponto de luz e gratidão,
A ordem tribal caiu, 
Hoje meu nome é Homem.